segunda-feira, 30 de março de 2015

Ensino Religioso

Apesar da morte, a vida prossegue caminho!
 
 
 “Por que procurais entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui; Ressuscitou”  (Lc 24, 6).
A celebração da Páscoa é para os judeus e cristãos, a celebração que recorda a Passagem da morte para a Vida. De início celebrava-se a passagem do inverno para a primavera, momento em que os pastores ofereciam a sua divindade os sacrifícios de um cordeiro, agradecendo os frutos do seu trabalho e pedindo proteção divina ao rebanho e a família.
Neste sentido, a Páscoa, caracterizava-se por um ritual ou celebração da primeira festa do antigo calendário bíblico (Ex 12.11,27,43,48) e pelo sacrifício do cordeiro pascal (Ex 12.21; Dt 16.2,5-6). A celebração era marcada pelo rito realizado no seio da família ou clã; sem altares, santuários e ministros ordenados. Quem celebrava eram os pastores nômades ou seminômades.
No Livro do Êxodo 12, 21-28, encontra-se a narrativa, que expressa a instrução de Iahweh sobre o modo de como deveria ser celebrada a Páscoa. Este ato passou a ser rememorado de geração em geração, como a passagem da escravidão do Egito para a liberdade na Terra Prometida.
A experiência da Páscoa ou passagem é realizada dentro de um evento histórico: a libertação do povo hebreu do cativeiro do povo egípcio. O povo de Israel, como povo de Deus, há que relembrar de em tempo, a ação libertadora do Deus Criador. A Páscoa, desde sua origem, traz a marca do cuidado e da ternura do Deus Criador, que zela apaixonadamente, pela beleza da sua obra.
Nesta mesma fé celebrada e vivenciada, que, nós cristãos, fazemos a Memória da Páscoa de Jesus, com um diferencial significativo. Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, o Messias, Ungido do Senhor é quem doa a sua própria vida por nós. Com sua morte e ressurreição, ocorre a grande e definitiva Páscoa. A comunidade lucana nos dá uma informação precisa do que significou para Jesus e para a Comunidade dos discípulos e discípulas, este gesto de entrega total.
A narrativa diz: “Quando chegou a hora, ele se pôs à mesa com os seus apóstolos e disse: Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco antes de sofrer; pois eu vos digo que já não a comerei até que ela se cumpra no Reino de Deus. Então tomando uma taça, deu graças e disse: Tomai isto e reparti entre vós; pois eu vos digo que doravante não beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus” (Lc 22, 14-18). Então, com este gesto de entrega livre, Jesus nos revela que no sacrifício de sua morte, se dá o cumprimento da Promessa de Deus, que vem ao encontro do Filho para Ressuscitar. E ressuscitando o Filho, o Pai manifesta que a vida renasce para sempre. Temos mais uma vez a ação do Deus da Vida, que, com ternura, ama e cuida e protege as suas criaturas.
Outro dado importante é que o gesto de Jesus encontra-se, registrado nos evangelhos, como Ato Memorial: Enquanto comiam, ele tomou o pão, abençoou, partiu-o e lhes deu, dizendo: tomai, isto é meu corpo. Depois, tomou um cálice, rendeu graças, deu a eles, e todos dele beberam. E disse-lhes: isto é meu sangue, o sangue da nova Aliança, que é derramado em favor de muitos” (Mc 14, 22-24). Os primeiros escritores do Cristianismo refletem e sistematizam o gesto de Jesus, como o sinal eucarístico. Neste sinal, está a solidariedade de Deus, que vem reerguer o seu Filho, que carregou nos ombros o sofrimento da humanidade.
A Igreja no Brasil, no compromisso profético com o Reino de Deus, desde 1964, propõe aos cristãos, uma causa social em defesa e promoção da vida, como itinerário de uma fé comprometida. É a Campanha da Fraternidade.
Cada ano, ela tem um tema específico. Para este ano, o tema é “Fraternidade: Igreja e Sociedade”.  Um convite a redescobrir a responsabilidade da prática cristã, para com a sociedade. Com o lema “Eu vim para servir” (Mc 10, 45), está refletida a responsabilidade dos cristãos com uma Igreja, que, a exemplo de Jesus Cristo, é chamada a estar em estado permanente de “saída” indo ao encontro dos pobres e excluídos e com eles celebrar a Páscoa da Vitória.
São muitas as passagens que o povo espera. Várias conquistas já são percebidas. Porém, a dor e o sofrimento das famílias, dos jovens sem emprego e tentado ao mundo das drogas, os doentes nos leitos dos hospitais a espera de uma vaga; as crianças abandonadas nas ruas e calçadas das grandes cidades a espera de alguém que os adotem, e parte da sociedade civil, a espera de uma política direcionada para o bem comum. São sonhos que juntos se tornam realidade.
Celebremos a Páscoa unindo a tantos sonhos. Sempre é tempo de sonhar, semear e colher e, pela força revitalizadora da esperança, partilhar e celebrar!
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